Explorando e conhecendo
as frutas na escola
As famílias
então se organizaram. Quem tinha um pé de pitanga ou de mexerica no quintal ou
conhecia cultivos de morango, cacau ou jabuticaba levou uma pequena quantidade
das frutas para a escola. Em outros dias, a professora se encarregava da tarefa
e, semana a semana, um novo
alimento da época entrava no cardápio do lanche. Na sala, diante dos pequenos
sentados em roda, ela dizia: "Essa é a pitanga. Quem nos trouxe foi o
Rafael. Alguém já conhece essa fruta?" e "Rafael, por favor, conte
pra gente de onde ela veio". "A pitanga é da minha casa! A mamãe
colocou no pote", falou orgulhoso o garoto, de 2 anos. A educadora então
propôs que as pitangas fossem passadas de mão em mão para que todos pudessem
sentir o cheiro delas, perceber as que eram mais firmes ou macias e ainda ver
sua cor vibrante. A seguir, foi o momento de experimentar a novidade.
"Agora que já conhecemos esse alimento por fora, vamos comê-lo?" Ao
sentir o gosto, as reações foram imediatas: "Gostoso!" ou "Na
minha casa também tem e eu como tudo!". Muitas das crianças estavam
começando a falar e pouco se expressavam com palavras, mas o rosto delas denunciava
o estranhamento com o azedo e o prazer que aquilo causava. Quando alguém da
classe não queria experimentar, Fernanda dizia: "Seus amigos estão
gostando, você quer tentar também?" Se ainda assim não se interessava, ela
respeitava a decisão. "Às vezes não se tolera o sabor ou a textura em um
momento. Então, é melhor não forçar e esperar uma próxima oportunidade, mais
adiante." Na semana seguinte, ao conhecerem o cacau, as crianças acharam
que se tratava de um mamão, mas, depois de vê-lo aberto e com outra cor,
trataram de experimentá-lo
"Nas primeiras vezes, muitas não
queriam comer. Em outras, cuspiam. Com o passar do tempo, porém, passaram a
saborear a fruta", diz. A educadora notou que fazer diversas propostas
seria essencial para que a turma aprendesse de fato com elas. Então incluiu
jabuticaba, morango, abacaxi e amora nas degustações. "Essas atividades
devem ser parte permanente da rotina e aparecer pelo menos uma vez por semana
nas salas de creche", sugere Elza Corsi de Oliveira, formadora da equipe
do Instituto Avisa Lá.
Espero que gostem: Verismar.
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