quinta-feira, 17 de abril de 2014

Adversidades de Projetos no Ensino Fundamental



Pesquisas e elaboração de conteúdos específicos para o 
Tópico "Sarau"





O que é Sarau?

O Sarau (do latim seránus, relativo ao entardecer) é um evento cultural ou musical onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente.

Um sarau pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e também outras formas de arte como pintura e teatro.

Evento bastante comum no século XIX que vem sendo redescoberto por seu caráter de inovação, descontração e satisfação. Ou seja, uma reunião festiva que ocorre à tarde ou no início da noite, apresentando concertos musicais, serestas, cantos e apresentações solo, demostrações, interpretações ou performances artísticas e literárias.



O causo na sala de aula



O gênero tem valor não só para a tradição oral. Bem explorado, rende atividades de análise das marcas da oralidade, transcrição, retextualização e revisão

Beatriz Vichessi (bvichessi@fvc.org.br)


Gravar os causos para guardar os detalhes e a entonação 
Terminadas as leituras de apreciação e as análises, é hora de organizar a coleta do material. Para o grupo de Marmelópolis, bastou que os estudantes pensassem em pessoas que viviam no entorno e que sabiam bons causos. "Nossa gente traz na memória cenas vividas por ela ou contadas por seus antepassados", diz a professora da turma, Dora Edna Pereira. Coisa de cidade do interior. 


Já para as crianças da capital, a pesquisa pediu um pouco mais de empenho. Elas fizeram algumas incursões a locais distantes da Fundação Torino e procuraram conhecidos e familiares mais velhos, que viveram ou ainda vivem no interior. "A turma tinha pouco contato com o vocabulário típico que tem presença marcante na história oral mineira. Era importante conhecer outro modo de falar que não a linguagem formal e o espaço que o gênero tem", diz a professora Cristiane Horta. Como se nota, explorar o gênero não requer morar no interior ou na zona rural. 


Orientar a meninada a gravar - com celular, filmadora ou gravador - os causos é importante. Só assim a ideia da retextualização faz sentido. Apesar de a escuta atenta ser imprescindível, nas gravações ficam registrados os detalhes e as informações importantes, que podem se perder na memória, de acordo com Sandoval Santos, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). "Tal como a entonação da voz e as pausas, esses elementos que dão o clima do texto podem ser sinalizados com interrogações e exclamações. Se não existe um material para ser consultado, o produto pode ser prejudicado", explica. 


Outra recomendação importante: não vale interromper o narrador enquanto ele conta o causo. "Perguntas e observações devem ficar para o fim. Se não, vira uma entrevista", explica Santos. 


Com o material em mãos, a garotada pode dar o primeiro passo na retextualização: a transcrição. Ela traz à tona as diferenças entre o que se fala e o que se escreve. É o registro fiel do que foi contado, ao preservar toda e qualquer palavra narrada, inclusive repetições, marcadores de fala ("né", entre outros), termos informais (como "inté"), inadequações de conjugação verbal ("nós cheguemos", por exemplo) e conter indicações de pausa na fala, que podem ser representadas com reticências entre parênteses. 


Por ser algo demorado, é possível pedir que os alunos transcrevam somente um trecho da gravação, para aprenderem como se faz, depois apresentar a eles a transcrição completa, feita por você, e por fim solicitar dedicação à análise do material (leia na próxima página a transcrição de um causo de um estudante da Fundação Torino). "Eles terão de refletir sobre o que é necessário para transformar o relato oral em um texto escrito sem descaracterizar o gênero", diz Denise Guilherme, formadora de professores. Ela sugere instigar as crianças a pensar em alguns aspectos, considerando cada causo em particular: 


- Como substituir os termos repetidos que prejudicam o desenrolar do causo? 


- Quais palavras empregadas por escritores podem ser usadas para melhorar os causos sem descaracterizá-los? 


- É preciso reordenar os parágrafos para que a produção ganhe coerência? 


- Quais marcas de oralidade devem ser mantidas para não alterar o que foi contado e quais são desnecessárias? 


- O que é mais adequado: escrever o texto em primeira pessoa, representando quem contou o causo, ou em terceira pessoa, considerando um narrador? 


Denise também enfatiza a importância de tomar decisões que têm a ver com os leitores: eles compreenderão termos e expressões regionais? Qual a necessidade de organizar um glossário? 


Em Marmelópolis, Dora realizou o trabalho de organização da transcrição e de revisão em duas etapas: primeiro, a classe toda se debruçou sobre o texto de um colega. Foram discutidos coletivamente diversos aspectos a fim de melhorá-lo. Ouvir o causo lido em voz alta contribuiu para as crianças pensarem na clareza, por exemplo. 


Depois, em duplas, elas se dedicaram ao causo que haviam pesquisado em parceria com um colega. "Orientei a revisão ortográfica. Se necessário, o dicionário poderia ser consultado", explica a professora. Outro aspecto que mereceu atenção foi a concordância verbal. Embora a maioria dos verbos se referisse ao passado, como é típico do gênero, vários foram escritos no futuro pelos alunos. Um sinal claro de que o grupo confundiu a pronúncia e o uso de AM com ÃO. Por exemplo: "(...) ficarão morrendo de medo" (em vez de ficaram). 


Encerrada a tarefa, o 5º ano da EM Professor Francisco Bruno Ribeiro e o da Fundação Torino aprenderam as diferenças entre o discurso oral e o escrito como deve ser: estudando um gênero, suas particularidades e funções comunicativas, sem deixar a gramática de lado.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/genero-causo-sala-aula-732322.shtml?page=1
litereartbrasil.blogspot.com.br/2009/03/o-que-e-sarau.html
http://luanirizzi.blogspot.com.br/2013/05/sarau.html

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